CULTURA AFRICANA (Introdução)
A palavra candomblé é sinônimo de religião africana. Sempre foi
e é usada ainda neste sentido. Isto explica muitas coisas. Vejamos.
O negro foi arrancado de sua terra e vendido como uma
mercadoria, escravizado. Aqui ele chegou escravo, objeto; de sua
terra ele partiu livre, homem. Na viagem, no tráfico, ele perdeu
personalidade, representatividade, mas sua cultura, sua
história, suas paisagens, suas vivências vieram com ele. Estas
sementes, estes conhecimentos encontraram um solo, uma terra
parecida com a África, embora estranhamente povoada. O medo
se impunha, mas a fé, a crença - o que se sabia - exigia ser expresso.
Surgiram os cultos (onilé - confundidos mais tarde com o culto
do Caboclo, uma das primeiras versões do sincretismo), surgiu a
raiva e a necessidade de ser livre. Apareceram os feitiços (ebós), os
quilombos. Os trezentos anos da história da escravidão do
negro no Brasil, atestam acima de tudo, a resistência, a
organização dos negros. A cultura africana sobreviveu para o
negro através de sua crença e de sua religião.
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